33-Unidade Controladora de Terminais
Visão Geral
A Unidade Controladora de Terminais, frequentemente chamada de “cluster controller” especialmente no ecossistema IBM, era um componente crucial nas arquiteturas de computação centralizada e teleprocessamento, particularmente em ambientes mainframe. Ela atuava como um intermediário inteligente entre um grupo (cluster) de terminais “burros” (dispositivos com pouca ou nenhuma capacidade de processamento local) e o computador host central. Sua função principal era concentrar o tráfego de múltiplos terminais em uma única linha de comunicação de maior velocidade para o host, além de descarregar o host de tarefas repetitivas de gerenciamento de terminais, como polling, selection e formatação de dados, otimizando assim o uso dos recursos da linha e do próprio host.
Definição
Uma Unidade Controladora de Terminais é um dispositivo de hardware que gerencia e controla um grupo de terminais de exibição e/ou impressoras, conectando-os a um computador host através de uma linha de comunicação compartilhada (geralmente multiponto). Ela implementa parte do protocolo de comunicação da rede (como BSC ou SDLC), lida com o polling e selection dos terminais conectados a ela, armazena temporariamente (buffer) os dados, realiza formatação de tela e pode executar algumas funções básicas de edição localmente, reduzindo a carga sobre o host e a linha de comunicação principal.
Exemplos
- IBM 3274 / 3174 Control Unit: Dispositivos icônicos no mundo IBM 3270, conectando terminais de exibição 3278/3279 e impressoras 3287 ao mainframe via protocolos como BSC ou SDLC.
- Controladores de Cluster em Outros Sistemas: Conceitos similares existiram em outros sistemas de computação centralizada de diferentes fabricantes, gerenciando grupos de terminais proprietários.
- Concentradores de Terminais: Em um sentido mais amplo, dispositivos que agregam múltiplas conexões de terminais de baixa velocidade em uma linha de maior velocidade podem ser vistos como uma forma de controladora de terminais.
Características
- Concentração de Terminais: Conecta múltiplos terminais (tipicamente 8, 16, 32 ou mais) a uma única interface de comunicação com o host.
- Gerenciamento de Protocolo: Implementa protocolos de enlace de dados (ex: SDLC, BSC) para comunicação com o host e, frequentemente, um protocolo mais simples para comunicação com os terminais locais.
- Polling/Selection: Gerencia o polling dos terminais locais para verificar se têm dados a enviar e o selection para entregar dados vindos do host.
- Buffering: Armazena temporariamente dados vindos dos terminais antes de enviá-los ao host e dados vindos do host antes de enviá-los aos terminais.
- Formatação de Dados/Tela: Pode realizar tarefas de formatação de tela (ex: gerenciamento de campos protegidos/desprotegidos em terminais 3270).
- Conectividade: Possui portas para conectar os terminais (ex: coaxial) e uma ou mais portas para conectar à linha de comunicação com o host (ex: via modem).
Vantagens
- Redução da Carga no Host: Descarrega o processador central das tarefas de baixo nível de gerenciamento de múltiplos terminais e do protocolo de linha.
- Uso Eficiente da Linha de Comunicação: Permite que múltiplos terminais compartilhem uma única linha de maior custo para o host, reduzindo custos de telecomunicações.
- Melhor Desempenho Percebido: Ao lidar com algumas interações localmente (como movimentação do cursor entre campos), pode melhorar o tempo de resposta para o usuário do terminal.
- Simplificação dos Terminais: Permite que os terminais sejam mais simples e baratos, pois a inteligência reside na controladora.
- Ponto de Gerenciamento: Centraliza a conexão e o gerenciamento de um grupo de terminais.
Desvantagens
- Custo da Controladora: Representa um custo adicional de hardware.
- Ponto Único de Falha: Uma falha na controladora torna todos os terminais conectados a ela inoperantes.
- Potencial Gargalo: A capacidade da controladora (processamento, buffer, velocidade da linha para o host) pode se tornar um gargalo se muitos terminais estiverem muito ativos.
- Tecnologia Proprietária: Frequentemente ligada a arquiteturas e protocolos específicos de um fabricante (como a IBM).
- Complexidade de Configuração: Configurar a controladora, os terminais e a conexão com o host podia ser complexo.