86-Repetidor

Visão Geral

Um repetidor (repeater, em inglês) é o tipo mais simples de dispositivo de interconexão de redes, operando na Camada Física (Camada 1) do Modelo OSI. Sua única função é receber um sinal de rede (elétrico, óptico ou sem fio), regenerá-lo para combater os efeitos da atenuação (Atenuação) e distorção (Distorção) que ocorrem durante a transmissão em longas distâncias, e retransmitir o sinal regenerado. Repetidores não examinam o conteúdo dos dados (endereços MAC ou IP) nem tomam decisões de encaminhamento; eles simplesmente amplificam e limpam o sinal, permitindo que ele viaje por distâncias maiores do que seria possível em um único segmento de cabo. Hubs (Hub) são essencialmente repetidores com múltiplas portas.

Definição

Um repetidor é um dispositivo eletrônico de Camada 1 que recebe um sinal fraco ou corrompido e o retransmite em um nível de potência mais alto ou por um lado diferente, de modo que o sinal possa cobrir distâncias mais longas sem degradação significativa. Ele atua como um extensor do meio físico da rede.

Exemplos

  • Repetidores Ethernet (Legado): Usados em redes Ethernet coaxiais (10BASE5, 10BASE2 - Rede_Barra) para conectar dois segmentos de cabo e estender o comprimento total da rede além do limite de um único segmento.
  • Hubs Ethernet: Como mencionado, um hub é um repetidor multiportas. Conecta múltiplos dispositivos em uma topologia estrela física, mas funciona como um repetidor, compartilhando o mesmo domínio de colisão (Hub).
  • Repetidores de Fibra Óptica: Usados em links de fibra óptica de longa distância para regenerar o sinal óptico.
  • Repetidores Wi-Fi (Extensores de Alcance): Dispositivos que recebem o sinal Wi-Fi de um roteador ou ponto de acesso e o retransmitem para aumentar a área de cobertura da rede sem fio. Operam de forma análoga a um repetidor, geralmente na Camada 2 ou superior devido à natureza do Wi-Fi, mas o conceito de regenerar/retransmitir é similar.
  • Repetidores Celulares: Usados para amplificar sinais de celular em áreas com cobertura fraca.

Características

  • Operação na Camada 1 (Física): Lida apenas com sinais brutos (elétricos, ópticos, de rádio).
  • Regeneração de Sinal: Amplifica, limpa e re-temporiza o sinal.
  • Extensão de Distância: Permite que a rede cubra distâncias maiores.
  • Não Inteligente: Não interpreta dados (endereços, protocolos).
  • Não Segmenta Rede: Não filtra tráfego nem separa domínios de colisão ou broadcast. Um repetidor conecta dois segmentos no mesmo domínio de colisão e broadcast.
  • Transparente: Invisível para protocolos de camadas superiores.

Vantagens

  • Extensão de Rede: Permite superar as limitações de distância do cabeamento.
  • Simplicidade: Dispositivo muito simples.
  • Baixo Custo (Histórico): Eram a forma mais barata de estender uma rede.
  • Mantém Características do Sinal: Regenera o sinal para manter sua qualidade.

Desvantagens

  • Não Reduz Tráfego/Colisões: Conecta segmentos no mesmo domínio de colisão, portanto, não melhora o desempenho em termos de congestionamento ou colisões. Na verdade, ao estender o segmento, pode até aumentar o diâmetro da rede e piorar o problema de colisões (Regra 5-4-3 da Ethernet legada).
  • Propaga Problemas: Retransmite tudo, incluindo erros, colisões e tráfego desnecessário (broadcasts).
  • Limitações de Número: Em redes Ethernet coaxiais, havia limites estritos (Regra 5-4-3) sobre quantos repetidores poderiam ser usados em série entre dois nós para garantir a detecção adequada de colisões.
  • Obsolescência (em LANs Ethernet): Amplamente substituídos por bridges (Bridge) e switches (Switch), que oferecem segmentação de domínios de colisão e filtragem inteligente de tráfego, além de estender a rede.

Seção Expandida: A Regra 5-4-3 (Ethernet 10 Mbps Legada)

Para redes Ethernet 10BASE5 e 10BASE2 que usavam repetidores, a regra 5-4-3 limitava a topologia para garantir o funcionamento correto do CSMA/CD:

  • 5: Máximo de 5 segmentos de rede em série entre quaisquer dois nós.
  • 4: Máximo de 4 repetidores ou hubs entre quaisquer dois nós.
  • 3: Máximo de 3 segmentos de “tronco” (segmentos com usuários conectados) entre quaisquer dois nós (os outros 2 segmentos deveriam ser “inter-repetidores”).

Essa regra garantia que o tempo de propagação do sinal e a detecção de colisões funcionassem dentro dos limites do padrão. Switches eliminaram essa restrição ao criar domínios de colisão separados por porta.

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