63-LDR – Loop Digital Remoto
Visão Geral
O Loop Digital Remoto (LDR), frequentemente associado aos sistemas DLC (Digital Loop Carrier) ou SLC (Subscriber Loop Carrier), é uma arquitetura de rede de acesso que permite estender serviços digitais (como ISDN, T1/E1 ou mesmo POTS convertido para digital) a assinantes localizados distantes da central telefônica local (CO). Em vez de conectar cada assinante diretamente à CO com um longo loop de cobre individual (o que seria caro e tecnicamente inviável para longas distâncias devido à atenuação), o LDR utiliza um enlace digital de alta capacidade (geralmente fibra óptica ou linhas T1/E1) para conectar a CO a um equipamento intermediário chamado Terminal Remoto (RT - Remote Terminal) ou Concentrador, localizado mais próximo do grupo de assinantes. O RT então distribui os serviços aos assinantes individuais através de loops de cobre curtos. Essencialmente, o LDR multiplexa o tráfego de múltiplos assinantes em um link digital de alta velocidade, superando as limitações de distância do loop de cobre tradicional.
Definição
LDR refere-se à combinação de um enlace digital de alta velocidade (feeder) entre a central telefônica (CO) e um Terminal Remoto (RT), e os loops de cobre individuais (distribution) que conectam o RT aos assinantes finais. O sistema como um todo (equipamento na CO, enlace feeder, RT e loops de distribuição) é conhecido como Digital Loop Carrier (DLC). O RT realiza a multiplexação/demultiplexação e a conversão entre o formato digital do enlace feeder e o formato (digital ou analógico convertido) dos loops de distribuição individuais.
Exemplos
- Extensão de ISDN: Para oferecer ISDN a assinantes muito distantes da CO, onde um LDL direto não funcionaria, a operadora instala um RT em um armário na vizinhança. O RT é conectado à CO via fibra ou T1/E1, e os assinantes são conectados ao RT via loops de cobre curtos que suportam o LDL do ISDN.
- Concentração de Linhas POTS: Mesmo para telefonia analógica (POTS), sistemas DLC são usados para economizar cobre. Múltiplas linhas POTS são digitalizadas e multiplexadas no RT, transportadas digitalmente até a CO via feeder, e então convertidas de volta para analógico na CO (ou conectadas diretamente a um switch digital). Isso é tecnicamente um LAR (LAR_–_Loop_Analógico_Remoto) do ponto de vista do serviço final, mas utiliza tecnologia LDR/DLC na implementação.
- Base para DSLAMs Remotos: Equipamentos DSLAM (Digital Subscriber Line Access Multiplexer), que fornecem serviços xDSL, podem ser instalados em Terminais Remotos (RT-DSLAMs) conectados à rede principal via fibra, funcionando de forma análoga a um LDR para serviços de banda larga.
Características
- Arquitetura de Dois Segmentos: Feeder (CO ←> RT) e Distribuição (RT ←> Assinante).
- Enlace Feeder Digital: Alta capacidade (T1/E1, fibra óptica).
- Terminal Remoto (RT): Equipamento ativo localizado próximo aos assinantes, realiza multiplexação/demultiplexação e conversões.
- Loops de Distribuição Curtos: Geralmente loops de cobre mais curtos que os loops locais diretos.
- Superação de Distância: Permite estender o alcance de serviços digitais (e analógicos).
- Economia de Meios Físicos: Reduz a necessidade de múltiplos pares de cobre longos desde a CO.
Vantagens
- Extensão do Alcance: Permite oferecer serviços digitais (e analógicos) a assinantes distantes da CO.
- Economia de Custo de Planta Externa: Reduz significativamente a quantidade de cobre necessária em comparação com loops individuais longos.
- Melhor Qualidade (Potencial): Loops de distribuição mais curtos podem oferecer melhor qualidade de sinal do que loops locais longos.
- Flexibilidade: Permite a implantação de novos serviços mais perto dos clientes.
Desvantagens
- Custo do Equipamento: Requer investimento em Terminais Remotos (RTs) e no enlace feeder.
- Dependência de Energia no RT: O RT é um equipamento ativo e requer alimentação elétrica local (geralmente com backup de bateria), tornando-o um ponto de falha potencial.
- Complexidade: Adiciona complexidade à rede de acesso.
- Limitações do RT: A capacidade e os tipos de serviço são limitados pelo equipamento RT instalado.
- Ponto de Falha Único: Uma falha no RT ou no enlace feeder pode afetar múltiplos assinantes.