70-Cabo Crossover (DB 25)

Visão Geral

Um cabo crossover (ou cruzado) DB-25, frequentemente chamado de cabo Null Modem quando usado para comunicação serial RS-232, é um tipo especial de cabo projetado para conectar diretamente dois dispositivos do mesmo tipo, como dois Equipamentos Terminais de Dados (DTEs, ex: dois computadores) ou, menos comumente, dois Equipamentos de Comunicação de Dados (DCEs). Diferente de um cabo reto (Cabo_Reto_(DB_25)) que conecta os pinos pino a pino, o cabo crossover cruza certas linhas, principalmente as de transmissão (TxD) e recepção (RxD), para que a saída de transmissão de um dispositivo seja conectada à entrada de recepção do outro. Além disso, ele geralmente simula ou cruza os sinais de controle de fluxo (handshaking) para “enganar” os dispositivos, fazendo-os pensar que estão conectados através de um par DTE-DCE funcional.

Definição

Um cabo crossover DB-25 (ou Null Modem DB-25) é um cabo de comunicação serial com conectores DB-25 em ambas as extremidades, onde as conexões internas são cruzadas de forma específica para permitir a comunicação direta entre dois DTEs ou dois DCEs. A configuração mais comum (DTE-para-DTE) envolve cruzar TxD (pino 2) com RxD (pino 3) e configurar as linhas de controle de fluxo (RTS, CTS, DSR, DTR, DCD) para permitir a comunicação sem um modem intermediário.

Exemplo de Cruzamento Comum (Null Modem DTE-DTE):

  • Pino 2 (TxD A) Pino 3 (RxD B)
  • Pino 3 (RxD A) Pino 2 (TxD B)
  • Pino 7 (GND A) Pino 7 (GND B)
  • Pino 4 (RTS A) Pino 5 (CTS B)
  • Pino 5 (CTS A) Pino 4 (RTS B)
  • Pino 6 (DSR A) Pino 20 (DTR B) (e às vezes Pino 8 DCD A)
  • Pino 20 (DTR A) Pino 6 (DSR B) (e às vezes Pino 8 DCD B)
  • (Pino 8 DCD pode ser ligado ao DSR/DTR ou deixado desconectado)

Nota: Existem muitas variações de cabos Null Modem DB-25, dependendo do tipo de controle de fluxo necessário (nenhum, hardware completo, loopback parcial). A configuração exata pode variar.

Exemplos de Uso

  • Conectar dois computadores diretamente através de suas portas seriais DB-25 para transferência de arquivos ou jogos em rede (muito comum antes das redes Ethernet se popularizarem).
  • Conectar um terminal diretamente a um computador host (ambos DTEs).
  • Diagnóstico e teste de portas seriais.

Características

  • Conectores DB-25: Utiliza conectores de 25 pinos.
  • Mapeamento Cruzado: Linhas TxD/RxD e linhas de controle são cruzadas ou interligadas internamente.
  • Padrão DTE-DTE (ou DCE-DCE): Projetado para conectar dispositivos do mesmo tipo.
  • Simula Conexão Modem: Faz os dispositivos DTE acreditarem que há um DCE presente (ou vice-versa).
  • Variações: Múltiplas configurações de pinagem possíveis (Null Modem com controle total, parcial, sem controle).

Vantagens

  • Conexão Direta: Permite a comunicação entre dois dispositivos DTE sem a necessidade de modems ou outros DCEs.
  • Baixo Custo (Comparado a Modems): Uma solução barata para conectar dois dispositivos próximos.

Desvantagens

  • Não Padronizado (Exatamente): Existem muitas variações na fiação interna dos cabos Null Modem, o que pode causar problemas de compatibilidade se o cabo errado for usado para uma aplicação específica que depende de um certo tipo de controle de fluxo.
  • Curta Distância: Limitado pelas especificações de distância do RS-232 (tipicamente ~15 metros, embora distâncias maiores fossem possíveis com taxas de bits mais baixas).
  • Complexidade (Variações): Saber qual cabo Null Modem usar podia ser confuso.
  • Obsolescência: Redes locais (Ethernet, Wi-Fi) e USB tornaram a conexão serial direta entre computadores obsoleta para a maioria dos usos.

Seção Expandida: Tipos de Controle de Fluxo em Null Modems

A principal variação nos cabos Null Modem reside em como as linhas de controle de fluxo (handshaking) são tratadas:

  1. Sem Controle de Fluxo: Apenas TxD, RxD e GND são conectados. Funciona apenas para taxas de bits baixas ou quando o software usa controle de fluxo por software (XON/XOFF).
  2. Loopback de Controle de Fluxo: Em cada conector, RTS é ligado a CTS, e DSR é ligado a DTR e DCD. Isso engana o DTE fazendo-o pensar que o outro lado está sempre pronto. Requer controle de fluxo por software.
  3. Controle de Fluxo Parcial: Cruza RTS/CTS, mas faz loopback de DTR/DSR/DCD.
  4. Controle de Fluxo Completo (Full Handshake): Cruza TxD/RxD, RTS/CTS e DTR/DSR (e às vezes DCD). É a configuração mais robusta, permitindo controle de fluxo por hardware completo entre os dois DTEs.

A escolha dependia das capacidades e requisitos do software de comunicação em ambos os lados.

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